Para quem está pensando em iniciar essa carreira, tem que ter em mente que se não tiver coragem, fica muito mais difícil atender a necessidade do trabalho, claro que dependendo da necessidade a coragem surge com uma força descomunal e isso é proveitoso de forma que a segurança esteja sempre em primeiro lugar.

Nos dias de hoje procurar ser um motoboy em Dourados, pode se dizer que é sim uma loucura, mas a coragem e necessidade, seguem motivando e conduzindo a sacrificar o corpo e a mente para ter o pão de cada dia. Vamos pensar um pouco sobre isso.

Todas as profissões são fundamentais, todas fazem o mundo girar.

O moto entregador é uma delas, quase sempre enfrentando um cotidiano estressante, agitado e perigoso.

E dependendo da cidade e de sua infraestrutura asfáltica tudo pode piorar, aumentando acidentes e manutenção nas “ferramentas de trabalho”, apesar disso não se pode dizer que é uma profissão de status, o que é uma injustiça: apesar de não exigir diploma ou especializações, sem os motoboys muitos negócios seriam inviáveis.

Com o grande número de desemprego e real necessidade de faturar uma grana, consequência de uma pandemia, a profissão teve um “boom” , nascendo  vários outros motoboys. Aquele que tem uma moto e tem coragem de se aventurar nas entregas o fez sem pensar.

Os profissionais de entregas, são jovens entre 20 e 35 anos e na sua maioria não tem formação escolar em compensação, o salário pode ser bom, acima da média para profissionais com pouca formação.

Como se pode imaginar, esse é um dos fatores principais na escolha dessa carreira.

Para muitos motos entregadores a profissão é considerada "um extra", onde consegue agregar a renda mensal.  Na profissão muitos entram empolgados por poderem trabalhar com o que gostam e conquistar sua independência financeira.

Uma das características do serviço de motoboy é que ela é uma entrega rápida.

Essa expectativa muitas vezes pode levar o profissional a adotar posturas perigosas no trânsito e na cidade de Dourados/MS a profissão é ainda mais perigosa.

A cidade além de ter uma precária iluminação noturna, a por uma crise de infraestrutura que se arrasta por anos, onde a pavimentação da cidade ou esta toda esburacada ou toda ondulada de tanto tapa buraco com execução sem qualidade alguma.

Noticias de acidentes com motos, por consequência da infraestrutura é quase que comum na cidade. Por isso aderir a profissão conhecendo as limitações da cidade, é quase uma insanidade.

O motoboy em sua maioria não é registrado(CLT) ou recebe algum auxílio, ele é contratado por extra(dia). As horas trabalhadas variam de 5 a 10 horas de trabalho, recebem diárias por seus trabalhos e nada mais, em média recebem R$ 40,00 a diária mais R$ 5,00 a entrega., conseguindo faturar em torno de 70,00 a 100,00 reais por dia, Valor bruto. Descontando gasolina e manutenção, liquido gira em torno de 50,00 a 70,00.

A categoria é unida em termos, existe as tribos, grupos com seus estilos e girias e nem sempre são tão unidos como imaginamos, cada um com suas peculiaridades e regras. Mas na hora do apuro, do perrengue, não tem grupo certo, em primeiro lugar o bem estar do profissional e isso é bonito de se ver na categoria. As diferenças grupais são esquecidas temporariamente em momentos de dificuldade.

É notório que a segurança não é o forte da categoria na cidade de Dourados, mas nunca é demais lembrar a importância dos equipamentos de proteção, já que também não estão imunes aos erros de outros motoristas imprudentes.

Veja abaixo os principais:

CAPACETE: Obrigatório, o item precisa ter os adesivos refletivos e selo do Inmetro. O motociclista precisa estar sempre de viseira fechada, para proteger os olhos, sob pena de multa.

LUVAS: Além de proteger contra o frio, ajudam na condução da moto e são também proteção em caso de queda e/ou colisão.

JOELHEIRAS E COTOVELEIRAS: Para proteger de escoriações em caso de colisão, existem modelos individuais e, mais comumente utilizadas, roupas como calças, jaquetas e macacões que já vêm com a proteção acoplada.

ANTENA CORTA-PIPA:  Obrigatória e necessária. Evita que qualquer linha de pipa atinja o motociclista, o que é já causou muitos acidentes.

COLETE REFLETIVO: obrigatório, serve para que o motoboy seja visto de longe com a iluminação dos faróis de outros veículos, evitando colisões.

MATA CACHORRO:  Fixado no chassi da moto, é destinado a proteger o motor e a perna do condutor em caso de tombamento. Obrigatório.

BOTAS: Protegem do calor gerado pelo escapamento, além de ser uma proteção a mais para o motorista, em caso de chuva ou acidente.

LANTERNA:Fundamental uma lanterna tática para poder ver os números das casas. Como disse, devido à falta de infraestrutura, a iluminação na cidade é precária e em alguns lugares impossível visualizar os números, quando os números forem aqueles de placa de vidro, aí nem lanterna resolve. Aproveito para pedir ao nobre cidadão não colocar em sua casa, número com aquela plaquinha de vidro. Fica a dica!

Gostaria de saber dos motoboys que estão lendo este artigo se de alguma forma se identificaram com a matéria.

Deve haver também outros motivos que os levam a escolher essa profissão.

Aproveito para fazer um convite para que escreva nos comentários contando sua história. Se você ainda não é motoboy, mas está pensando em ser, também gostaria de ouvir sua história.

Acredito que a coragem de um motoboy é comparável a de um Touro indomável. Se você, mesmo sabendo das pressões e dificuldades que envolvem a profissão, escolheu-a para sua vida, é preciso se preservar para poder continuar nela por muito tempo. Se algo lhe ocorrer, além dos prejuízos com sua saúde e sua moto, pode ser necessário ficar afastado do trabalho e comprometer as contas da sua família. E esse é um risco que nenhum cliente poderá depois lhe compensar.

Lembre-se sempre do por que escolheu ser motoboy?

E não se esqueça: sua vida primeiro, a entrega depois!

Deus abençoe a todos!!!