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A vez dos medalhões: Brasileirão 2025 mantém tendência de apostar nos veteranos 492s3i
Última década é marcada por guinada de jogadores com mais de 35 anos, e preparador ex-Seleção explica fatores: "São atletas na concepção da palavra" 4h422r
Publicado em: 26/03/2025 | GLOBOESPORTE.COM / CAMILA SOUSA 4qb39
O Brasileirão 2025 bate à porta neste final de semana e se os atletas novinhos são maioria nos clubes, os jogadores "vovôs", acima de 35 anos, continuam a furar a bolha como exemplos de longevidade. Pelo menos nos últimos 10 anos, aliás — como mostra o Gato Mestre, do ge.
De 2015 até a atual temporada, a elite do futebol nacional viu 476 "+35" performarem em campo. Neste ano, o número é de 49 atletas presentes entre os 20 clubes da Série A. E contando.
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Afinal, é bom o adendo: ainda há duas janelas de transferências pela frente, com possibilidades de aumentar esta parcial e, quem sabe, produzir um novo recorde de vovôs no ano: a janela caseira, em andamento, e a nacional, que começa em julho e termina em setembro.
E quais são os números, por temporada, de jogadores com este perfil? Para a pesquisa, a reportagem considerou aqueles que jogaram o Brasileirão de 2015 a 2024 e fizeram (ou já tinham) 35 anos ou mais durante o campeonato.
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*Para a edição de 2025, o Gato Mestre considerou os atletas que estão atualmente nos elencos com idade na data do último dia 20 de março.
Nota-se, então, pela linha do tempo descrita, uma crescente na presença de atletas com mais de 35 anos atuando no maior escalão do futebol brasileiro.
A partir de 2017, em especial, o crescimento ganha corpo e atinge seu ápice sete anos depois, quando são registrados pouco mais que o dobro de jogadores (32 para 62).
A ciência por trás da tendência
O preparador físico Bruno Mazziotti calcula ter ado por sua mão mais de 700 atletas ao longo dos 20 anos de carreira. Ele ostenta currículo invejável: agens por seleção brasileira, PSG, Arsenal, seleção uruguaia, Cruzeiro e Corinthians. Trabalhou em três Copas do Mundo.
Com a bagagem de formação em Fisioterapia e Educação Física, além de especialização em Biomecânica, enxerga a guinada dos "vovôs" como um exemplo multifatorial. Há a genética sobressalente de poucos, a mudança de mentalidade da maioria e, acima de tudo, o perfil diferenciado dos nascidos nas décadas de 80 e 90.
— Esses atletas são classificados como atletas de sustentação ou tutores. Obviamente que chegaram a essa fase porque aram pelo processo de rendimento, de lapidação e desenvolvimento, categorias anteriores àquelas mencionadas à minha fala — contextualiza Mazziotii, antes de mergulhar no tema.
"O primeiro fator causal é a mudança de mentalidade. São atletas na concepção da palavra, muito preocupados com aquilo que comem, da maneira como treinam, da qualidade de seu sono. Por outro lado, podemos citar o avanço significativo na metodologia dos treinos. Hoje, nossos treinos estão preocupados em não gerar danos tão grandes", acrescenta.
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— Nenhum atleta acima dos 33 que não permita ter sua qualidade técnica desenvolvida ou reconhecida, dificilmente seria diferencial na Série A. Até porque a competição é bastante caótica, calendário, logística. Mas, importante: estes atletas não perdem qualidade; diminuem, sim, a capacidade física. Eles aumentam a técnica pela maturação da vida desportiva, que somada aos hábitos de melhor cuidado, faz com que essa longevidade seja ressaltada no Brasil e Europa — finaliza Bruno.
Quem são e onde estão?
Os 49 "+35" na atual edição do Brasileirão se dividem em 16 dos 20 clubes participantes. O Fluminense é o que abriga o maior número de atletas com idade igual ou superior aos 35 anos : oito. É seguido por Mirassol, estreante na elite, com seis.
O Atlético-MG, com Hulk, aos 38, e o Botafogo, com Marçal, aos 36, são os times com menos.
E quem são os "os mais vovôs entre os vovôs"? O goleiro Fábio, do Tricolor das Laranjeiras, jogador brasileiro mais velho da Série A, de 44 anos, seguido pelo meia Nenê, do Juventude, aos intermináveis 43.
Atlético-MG
Huk, com 38
Bahia
Danilo Fernandes, com 36Everton Ribeiro, com 35
Botafogo
Marçal, com 36
Ceará
Luiz Otávio, com 36Fernando Miguel, com 40
Cruzeiro
Cássio, com 37Eduardo, com 35Bolasie, com 35Fagner, com 35
Fluminense
Paulo Henrique Ganso, com 35Manoel, com 35Germán Cano, com 37Fábio, com 44Keno, com 35Thiago Santos, com 35Renato Augusto, com 37Thiago Silva, com 40
Fortaleza
Titi, com 37Lucas Sasha, com 35David Luiz, com 37João Ricardo, com 36
Grêmio
Edenílson, com 35
Internacional
Mercado, com 38Enner Valencia, com 35Bruno Henrique, com 35Fernando, com 37
Juventude
Alan Ruschel, com 35Nenê, com 43Gilberto, com 35
Mirassol
Gabriel, com 35Alex Muralha, com 35Léo Gamalho, com 39David Braz, com 37Reinaldo, com 35Walter, com 37
Palmeiras
Weverton, com 37Marcos Rocha, com 36Marcelo Lomba, com 38
Santos
Júlio Furch, com 35Tomás Rincón, com 37Gil, com 37
São Paulo
Rafael, com 35Luiz Gustavo, com 37
Vasco
Vegetti, com 36Payet, com 37 (faz 38 em 29 /03) Souza, com 36Alex Texeira, com 35
Vitória
Osvaldo, com 37