Governo brasileiro repudia fala de presidente da Conmebol: "Expressões inaceitáveis" 1v24

Três ministérios assinam a nota nesta noite de terça-feira 125a6h

Publicado em: 18/03/2025 | GLOBOESPORTE.COM / REDAçãO DO GE 5y3yf


Três ministérios do Governo Federal repudiaram a fala do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, durante a cerimônia de sorteio da Libertadores e da Sul-Americana.

O presidente da Conmebol disse, na cerimônia, que eventual Libertadores sem times brasileiros seria "impossível", pois seria como "Tarzan sem Chita". O que provocou reações diversas, como da presidente do Palmeiras, Leila Pereira.

Leia a nota conjunta mais abaixo. Em nota separada, o Ministério do Esporte considerou a "pior analogia" e considerou que "expressões" do tipo "são inaceitáveis".

Leia a nota abaixo:

"O governo brasileiro repudia, nos mais fortes termos, as declarações do Presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Dominguez, na noite de ontem, 17 de março, em entrevista à imprensa após cerimônia de sorteio da fase de grupos dos torneios promovidos por aquela entidade.

As declarações ocorrem em contexto em que as autoridades da Conmebol têm reiteradamente falhado em adotar providências efetivas para prevenir e evitar a repetição de atos de racismo em partidas por ela organizadas, incluindo medidas para combater a impunidade e promover a responsabilização dos responsáveis.

O governo brasileiro exorta a Conmebol e as Federações Nacionais de Futebol da América do Sul a atuarem decisivamente para coibir e reprimir atos de racismo, discriminação e intolerância, promover políticas de igualdade racial e compartilhar conhecimento e boas práticas para ampliar o o de pessoas afrodescendentes, imigrantes e outros grupos vulneráveis ao esporte.

O governo brasileiro reitera seu compromisso com iniciativas de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial, inclusive medidas contra qualquer tipo de discriminação nas diferentes modalidades de esportes.

Ministério do Esporte; Ministério da Igualdade Racial; Ministério das Relações Exteriores"

Presidente da CBF ausente no Paraguai

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, não foi ao sorteio dos grupos da Libertadores e da Sul-Americana nessa segunda-feira. Nem enviou representante da entidade máxima do futebol brasileiro. A ausência foi planejada devido a punições brandas da Conmebol no caso da Libertadores sub-20.

+ Leila Pereira diz que fala de presidente da Conmebol é desastrosa: "Parece provocação"

A reação do presidente da CBF se deu dias depois de Luighi, atacante do Palmeiras, ser alvo de ofensas racistas na Libertadores sub-20, na partida contra o Cerro Porteño, do Paraguai. Desde então, tanto o Palmeiras quanto a CBF têm cobrado posição mais dura da Conmebol para coibir esses casos.

O Cerro foi multado em US$ 50 mil e jogou de portões fechados na competição sub-20.

A repercussão negativa aumentou depois de Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, dizer, na cerimônia, que uma eventual Libertadores sem times brasileiros seria "impossível", pois seria como "Tarzan sem Chita". O que provocou mais reações de Leila Pereira. O presidente da CBF não se manifestou sobre a declaração.

Ednaldo cobrou da Conmebol punição esportiva ao Cerro pelo caso com Luighi - em nota, se disse chocado com as cenas e pediu "punições enérgicas" - e enviou ofício também para a Fifa, pois considera que o protocolo para casos de racismo foi ignorado.

O protocolo prevê três os:

O árbitro deve parar e pedir um anúncio (ao sistema de som e/ou telão) exigindo o fim do comportamento racista;Caso os atos continuem, o árbitro pode suspender a partida temporariamente, com a saída dos times de campo e um novo anúncio de advertênciaFinalmente, se o comportamento ainda persistir, o árbitro pode determinar o fim da partida, com derrota do time associado aos atos racistas

+ Leila diz que decisão da Conmebol sobre caso de racismo é uma vergonha: "Penalidade ridícula"

Membro do conselho tanto da Conmebol quanto da Fifa, Ednaldo mantém contato com Alejandro, mas lamenta que a Conmebol não tenha punido exemplarmente o caso em Assunção. Ele ainda espera resposta da Fifa sobre o ofício enviado na semana ada.



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