Próximo a definir futuro político, Riedel retoma diálogo com PT 2r6410

Segundo deputado Zeca do PT, governador de MS deixará o PSDB e se filiará a outro partido ainda neste mês 6o193t

Publicado em: 11/06/2025 | MYLENA FRAIHA E FERNANDA PALHETA / CAMPO GRANDE NEWS 62j2f


Eduardo Riedel [à direita] em reunião sobre agricultura familiar com Zeca do PT [ao centro] e o superintendente regional do Incra/MS, Paulo Roberto da Silva (Foto: Redes sociais).

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), deve anunciar ainda neste mês de junho seu futuro político, o que inclui a definição partidária e os rumos das alianças que sustentarão sua base até a eleição de 2026. A informação foi compartilhada na manhã desta quarta-feira (11) pelos deputados estaduais do PT, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, e Pedro Kemp.

RESUMO

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O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), definirá seu futuro político neste mês, incluindo sua filiação partidária e as alianças para as eleições de 2026. A decisão impacta diretamente o PT, que integra a base do governo, mas está dividido sobre a permanência. Riedel sinalizou uma reunião com a bancada estadual do PT após definir seu novo partido. Ele avalia filiar-se ao PSD ou ao PP, ambos exigindo renegociação da atual base aliada. A aliança entre Riedel e o PT está abalada desde abril, após o governador defender anistia parcial aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A declaração gerou repúdio do PT, que cogita romper com o governo. Internamente, há divergências: Zeca do PT defende a manutenção da aliança, enquanto Pedro Kemp prefere o rompimento e a construção de uma candidatura própria em 2024. No cenário nacional, Zeca do PT buscará diálogo com o presidente Lula sobre a candidatura ao Senado, colocando em questão os nomes de Simone Tebet e Vander Loubet.

Ambos confirmaram ao Campo Grande News que há uma sinalização do governador para uma reunião com a bancada estadual do partido ainda neste mês, após a definição de seu novo partido.

Zeca relatou que esteve com Riedel na última segunda-feira (10) em uma reunião sobre agricultura familiar, onde o governador sinalizou que convocará o PT para apresentar sua decisão política e discutir os próximos os.

Internamente, segundo Zeca do PT, Riedel avalia dois caminhos: a filiação ao PP, partido da senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina, ou ao PSD, comandado nacionalmente por Gilberto Kassab. Ambos os cenários exigem rediscussão da atual base, que hoje conta com o PT e partidos mais ao centro.

“Falei para ele que, eu pessoalmente, acho que nós temos que abrir uma conversa para ver a possibilidade da continuação no governo dele. Falei para ele que eu acho que ele vai ter mais dificuldade para tomar uma decisão, ele falou que não, que ele quer continuar com o PT. Ele deu a entender que ele tá falando pro PP e iria conversar com o Kassab do PSD', disse Zeca, acrescentando que o PSD seria “mais simpático' para o PT permanecer como base.

Kemp também também confirmou a sinalização de Riedel sobre a reunião com o partido, mas enfatizou que ainda não há data definida. Ele lembra que a bancada cobrou esse posicionamento desde fevereiro. “Ele [Riedel] pediu um tempo para a nossa bancada, porque o PSDB, estava num processo de fusão. Na semana ada, o governador esteve aqui e me chamou no canto e falou, que nossa reunião vai acontecer', comenta. 'Essa reunião deve acontecer, eu acredito que ainda neste mês, mas não tem data ainda'. reforçou.

No último dia 5, o PSDB aprovou a incorporação do Podemos em convenção nacional, tentando reagir à perda de quadros importantes, como os governadores Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE), que migraram para o PSD. A fusão mira fortalecer o partido para 2026, mas, segundo aliados, Riedel ainda analisa se segue nesse projeto ou se alinha com outro grupo.

Relações estremecidas - O encontro deve selar o destino da aliança, abalada desde abril, quando Riedel defendeu anistia parcial aos condenados pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023.

A fala gerou forte reação da cúpula petista, que chegou a publicar nota de repúdio, cobrando coerência política do governador e afirmando “total oposição' à proposta. A Executiva Estadual do partido apontou que a decisão sobre permanência ou rompimento será tomada coletivamente, em diálogo com a direção nacional e o governo federal.

Entre os deputados estaduais do PT, há posições divergentes. O ex-governador e atual deputado estadual Zeca do PT defende a manutenção da aliança, destacando que o governador tem interesse em preservar a parceria com o partido. “Ele reconhece que o PT faz um bom trabalho e quer manter essa base. Eu disse a ele que devemos abrir uma conversa sobre essa continuidade', afirmou Zeca.

Já o deputado Pedro Kemp (PT) defende o rompimento com o governo e afirma que esse é o sentimento majoritário dentro do partido. “O sentimento que eu tenho é que nós vamos desembarcar do governo e vamos construir um projeto próprio. Fizemos uma plenária recentemente, no sábado, e eu vejo que é uma vontade também dos militantes do PT', explica. 'A gente começa a discutir um projeto de candidatura própria o ano que vem, já discutindo as nossas chapas. Eu acredito que essa vai ser a tendência', revela o petista.

Lula e o Senado - Além da definição estadual, há expectativa sobre a configuração das alianças federais. Zeca afirmou que pretende conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir o projeto do PT no Estado para o Senado.

“Quero saber se o presidente quer mesmo lançar Simone Tebet ou manter Vander Loubet como nosso pré-candidato. Precisamos começar a esclarecer isso também', disse Zeca.

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