Com a aproximação do Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho, o movimento nas lojas aquece, mas a data deste ano, pelo menos, tem revelado casais mais cautelosos e que estão evitando o parcelamento na hora de comprar os presentes. O objetivo é claro: não comprometer o orçamento e fugir das temidas dívidas a longo prazo.

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O parcelamento, muitas vezes, a a impressão de que o gasto é mais ível. O problema é que a soma de várias parcelas pequenas pode comprometer a renda mensal, levando ao descontrole financeiro.

O farmacêutico, Pedro Henrique de Oliveira, de 18 anos já se planejou para presentear a amada. Ele guardou dinheiro no banco para conseguir comprar aliança, buquê e o perfume. O pedido de namoro oficial vai acontecer após 3 meses de relacionamento.

“Estava vendo a aliança agora. Vou pagar tudo à vista. A aliança ficou 495, que é a solitária junto com a aliança e mais a minha, e o buquê ficou 350, falta ainda ver o perfume, que deve ser 150', calculou.

Para ele, tudo deu certo devido a programação. “Guardei o dinheiro que tinha no banco, tudo separadinho. Valeu a programação, porque não toma um susto do nada e porque está muito corrido', disse.

Luciene Peres, de 36 anos, se planejou há 1 mês e desembolsou R$ 120 à vista, na compra de um casaco.

“Eu já tinha planejado faz dias, desde o Dia das Mães já me planejei, guardei dinheiro específico para dar de presente. A gente não usa muito o cartão. O meu presente já ganhei, fui escolher, foi no Pix também', pontuou.

A vendedora Fabíola da Silva, de 23 anos, ainda não comprou, mas já adiantou que não irá parcelar.

“Não sei o que eu vou comprar ainda. Estava querendo comprar um relógio para ele, ele gosta de usar. Vai ser à vista, mas o valor depende do modelo que ele vai querer.'

Outro lado – Em contrapartida também existe o grupo que prefere parcelar. A dona de casa Patrícia Santana, de 47 anos, escolheu o próprio presente e vai parcelar em cinco vezes o valor total de R$ 445,75.

“Prefiro escolher uma coisa que eu gosto, que vou usar. Vou parcelar porque não tem juros', disse ela.

O marido, Afremir Silva, de 48 anos, que estava ao lado, contou que depois as parcelas serão readas para ele.

“Ela parcela do jeito que ela quer e depois me a as parcelas. Na verdade a gente divide tudo', contou aos risos.

Já nas lojas, a realidade varia. A maioria opta pelo crédito, mas o que surpreendeu foi a circulação de dinheiro para a compra dos presentes.

O sócio-proprietário de uma loja de ternos, Denilson Souza, explicou que, apesar de o crédito liderar como forma de pagamento, notou também uma mudança no comportamento dos consumidores.

“A maior parte, eu diria que 80% no crédito e a novidade é dinheiro, que é uma coisa que já não se girava tanto e começou uma rotatividade em espécie. Eu acredito que as pessoas estão querendo ter o poder na mão novamente, a espécie consegue, o Pix parece que tirou essa sensação. Pelo menos aqui no nosso centro comercial, a gente começa a perceber isso', explicou.

Além disso, as pessoas também começaram a pesquisar preços. “As pessoas estão pesquisando o preço, o que é natural. Eu acredito que a partir de quinta-feira, as pessoas começam as compras, realmente. É um período que analisa, depois começa a compra', completou.

A vendedora Juliana de Campos Borges, que trabalha em uma loja de cosméticos, disse que o movimento já começou.

“Bastante pessoas estão vindo procurar já. Está tendo bastante procura, pesquisa de preço. Tem duas procuras, no crédito e à vista. Todo Dia dos Namorados, eles procuram kit com perfume.'. Ainda de acordo com ela, os pagamentos parcelados abrangem 40% dos clientes.

Conforme a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), publicada em maio, o total de endividados em Campo Grande aumentou para 215.379. Deste total, 88.964 estão com o pagamento em atraso e 40.791 não terão condições de pagar.

O cartão de crédito lidera os tipos de dívidas, com 75,4% dos casos. Em seguida, estão os carnês, 18,7%; crédito pessoal, 11,6%; financiamento de carro, 8,7%; financiamento de casa, 8,1%; e crédito consignado, 6,3%.

O economista e professor de Economia na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Odirlei Fernando Dal Moro, deixa claro o recado: “Dar presente caro não é prova de amor', alertou.

A dica é comprar presentes que caibam no orçamento. “Toda compra por impulso e que não caiba no orçamento pode trazer problemas, correndo riscos de cair no rotativo do cartão. Uma boa forma de presentear é fazer a pessoa participar da escolha, às vezes pode ser interessante a pessoa escolher o próprio presente. Por outro lado, é interessante a pessoa saber o que de fato o seu companheiro ou companheira de fato precisa. É uma dica', orientou.

Gastos – O comércio de Mato Grosso do Sul deve movimentar R$ 384,45 milhões em vendas para o Dia dos Namorados, conforme mostra a pesquisa de intenção de compras elaborada pelo IPF-MS (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS) e pelo Sebrae/MS.

Para presentes, é esperado movimentação de R$ 201,40 milhões. O gasto médio deve ser de R$ 273,21.

Em relação ao pagamento, a pesquisa mostra que 79% vê como fator decisivo para a compra o desconto do pagamento à vista; e 23% visa mais o parcelamento no cartão.

Aos que vão gastar, 42% preferem compras roupas; 18% calçados; 18% perfumes e cosméticos; 17% bolsas e órios; 16% flores e cestas; e 7% jóias.

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